Por que o DCE é contra o vestibular como forma de ingresso na UFSM?

Por que o DCE é contra o vestibular como forma de ingresso na UFSM?

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

A mudança nas formas de ingresso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou a ser debatida pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe) em reunião no dia 26 de janeiro. Desde então, o Diretório Central dos e das Estudantes (DCE) tem mobilizado a categoria para reivindicar contra a volta do vestibular e do Processo Seletivo Seriado (PSS) como forma de ingresso. Em 30 de março, o Cepe reuniu-se para a votação, mas a mesma foi suspensa, após a entrada de estudantes e representantes de sindicatos entrarem na sala. Nesta segunda-feira (03), o movimento estudantil e entidades de representação da classe deslocaram-se para a reitoria para uma audiência pública com o reitor, Luciano Schuch. No entanto, o encontro não ocorreu. Por isso, os estudantes estão ocupando a Reitoria como forma de adiar a votação do Cepe, que é para ocorrer nesta quarta-feira (05), às 8h30min.

O reitor não compareceu a audiência pública alegando, por meio de nota, que o encontro não havia sido marcado com antecedência com o gabinete do reitor. O desencontro culminou na ocupação do prédio por estudantes após não conseguirem estabelecer um diálogo com os representantes da UFSM.

Nesta terça-feira (04), o DCE está organizando uma reunião aberta às 10h30min no espaço Multiuso. Segundo o diretório, com a presença do reitor. Já às 17h, está sendo convocado uma assembleia estudantil no hall da Reitoria para debater a atual proposta de ingresso. Em nota, o DCE ressalta a importância da categoria em participar da discussão e envolver-se nessa pauta.

Pauta levantada pelos estudantes

Uma das representantes do DCE e graduanda de jornalismo Karla Essy, afirma que o vestibular exclui os estudantes, porque esse processo tornaria a universidade mais regional e elitizada.

– Isso é muito mais que regionalizar. Hoje, temos 70% dos alunos do Estado do Rio Grande do Sul. Ou seja, a universidade de certa forma já é regional. O problema é, e que a gente defende, a elitização da instituição. Porque quem tem dinheiro é que vai ter condições de fazer um cursinho e vai ter acesso ao vestibular. Nós entendemos que a forma mais democrática, para pessoas de qualquer lugar do país, é a entrada no Ensino Superior pela mesma prova, para tornar o ingresso um pouco mais igualitário. Por isso, defendemos 100% SiSU.

Para representante dos estudantes Charlie Balestra, o objetivo da universidade pública é a democratização e acessibilidade ao conhecimento. Além de explicar que a classe estudantil não foi consultada durante o processo:

– Também estamos indo contra a proposta do PSS, porque a juventude hoje (no cenário das escolas públicas do país), não tem condições de realizar essa prova. Por isso, permanecemos organizados aqui na Reitoria.

  • Para os representantes dos estudantes (DCE), a proposta do retorno do vestibular e do PSS se baseia em premissas erradas. O SiSU não seria o problema, mas sim o caminho para a construção de uma universidade mais diversa
  • Segundo o DCE, não ocorreu por parte da Gestão da UFSM um amplo diálogo com a comunidade acadêmica, restringindo as discussões com as direções
  • Não foi apresentando um relatório detalhado que sustente a afirmação que o Sistema de Seleção Unificada seria o causador dos problemas do ingresso
  • O problema não é a forma de ingresso, e sim as condições de permanência para os estudantes

Entenda a proposta

O que a nova resolução propõe é que, além do SiSU e de outras formas de ingresso já tradicionais, a Universidade passe a adotar o PSS e o vestibular presencial. Também consta no documento a proposta de processos seletivos específicos para ingresso de pessoas de comunidades quilombolas; com 60 anos ou mais; atletas de alto rendimento; estudantes medalhistas em competições de conhecimento; pessoas transgênero; pessoas com deficiência; refugiados e imigrantes em situação de vulnerabilidade; indígenas, entre outros. 

A votação acontece por maioria simples, sendo aprovada, a resolução já começa a valer e, para o segundo semestre de 2023, já será possível realizar as provas do vestibular e do PSS, gradualmente. A implementação completa, com 30% das vagas para o Sisu, 30% para o Vestibular e 40% para a terceira etapa do PSS, só acontecerá no primeiro semestre de 2026.


Implementação 


Em 2023

  • Para ingresso no segundo semestre letivo, que oferece cerca de 1,5 mil vagas de graduação
  • Sisu, com 70% das vagas
  • Vestibular, com 30%


1º semestre de 2024

  • Para ingresso no primeiro semestre letivo, em todos os campi da instituição
  • Sisu, com 70% das vagas
  • Vestibular, com 30%
  • Primeira etapa do processo seletivo seriado (PSS1)


2º semestre de 2024

  • Para ingresso no segundo semestre letivo
  • Sisu, com 70% das vagas
  • Vestibular, com 30%


1º semestre de 2025

  • Para ingresso no primeiro semestre letivo
  • Sisu, com 70% das vagas
  • Vestibular, com 30%
  • Segunda etapa do processo seletivo seriado (PSS2)


2º semestre de 2025

  • Para ingresso no segundo semestre letivo
  • Sisu, com 70% das vagas
  • Vestibular, com 30%


1º semestre de 2026

  • Para ingresso no primeiro semestre letivo
  • Sisu, com 30% das vagas
  • Vestibular, com 30%
  • Terceira etapa do processo seletivo seriado (PSS3), com 40%



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